Programa História Oral entrevista juíza Zoni de Siqueira Ferreira
Durante a conversa, a magistrada relembrou a infância em uma comunidade de pequenos agricultores, no interior do Rio Grande do Sul. Ela revelou que começou a trabalhar com a família, mas que encontrou melhores oportunidades de trabalho no ramo bancário, onde também tinha tempo para se dedicar aos estudos. Ainda jovem, foi a primeira da cidade a ingressar no ensino superior, no curso de Administração.
Em 1984, casada e grávida, transferiu-se para Brasília, cidade que descreve como acolhedora. “Aqui encontrei pessoas muito receptivas. Foi um começo cheio de desafios, mas também de aprendizado”, afirmou. Na Caixa Econômica Federal, atuou como advogada. “Mudei para Direito, e foi a melhor decisão”, declarou. Depois da nova graduação, buscou aprofundamento na Escola Superior do Ministério Público, experiência que despertou seu interesse pela carreira pública.
Sua aprovação na magistratura aconteceu em 1997 no TJDFT. Ao longo de sua carreira, atuou em Taguatinga e Guará, em varas criminais e de violência doméstica. “Foi em Ceilândia que aprendi a ser juíza. As pessoas simples confiam muito no juiz. Elas querem ser ouvidas. Isso faz toda a diferença. Sou muito grata à Ceilândia e ao TJDFT. Trabalhar aqui é uma missão que cumpro com alegria”, declarou emocionada.
A magistrada também destacou o papel das mulheres na Justiça e a relevância da paridade. “O fato de eu estar aqui hoje é resultado da luta de muitas mulheres antes de mim. Ainda há caminho a percorrer, mas avançamos muito”, disse.

Ao encerrar a entrevista, Zoni de Siqueira Ferreira deixou uma mensagem de simplicidade e humanidade: “Vivemos num mundo cheio de informação, mas não podemos esquecer da simplicidade e do olhar humano. A Justiça precisa continuar ouvindo as pessoas.”
Participaram da gravação: Lorena Travaglia, coordenadora substituta de Custódia e Preservação da Memória Institucional (COAMI); Vanessa de Souza Dias Rocha, titular do Núcleo de Apoio à Preservação da Memória Institucional (NUAMI), secretária da Gestão da Informação e do Conhecimento (SGIC), e Sandra Cadete, da 1ª Vice-Presidência.
A entrevista completa estará disponível em breve no canal do TJDFT no YouTube.
Programa História Oral
O Programa História Oral reúne acervo de entrevistas concedidas por magistrados(as), servidores(as), entre outros personagens, que participaram da trajetória do TJDFT.
Os depoimentos trazem um pouco da história do órgão desde a sua instalação, em 1960, até os dias de hoje, e visa manter viva a história do Judiciário da capital do país. As entrevistas estão disponíveis na Página do Memorial TJDFT.
A desembargadora Maria Thereza Braga Haynes foi a idealizadora e responsável pela implantação do programa em 2008. Mesmo após se aposentar em 1991, contribuiu ativamente para a preservação da memória institucional, com dedicação exemplar e a gravação de 25 entrevistas.
Em 2014, o programa foi retomado, dando continuidade ao registro da trajetória da Justiça no Distrito Federal e nos Territórios. Na atual gestão (2024–2026), a iniciativa foi reafirmada como uma das prioridades da 1ª Vice-Presidência, sob a liderança do desembargador Roberval Belinati, com a realização de novos depoimentos que resgatam e valorizam a história do Tribunal. 
Crédito: Rafael Victor
 
											
				
 
			 
			