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2ª edição do Abril da Resistência leva capacitação empreendedora para aldeias indígenas de Oiapoque

Ação iniciou na comunidade do povo Galibi Maworno, que concentra cerca de 3 a 4 mil povos originários na região

Para valorizar, incentivar e fortalecer a economia dentro dos territórios indígenas, o Governo do Estado iniciou na segunda-feira, 7, no município de Oiapoque, a 2ª edição do “Abril da Resistência”. Neste ano, a programação é voltada para ações itinerantes empreendedoras dentro das comunidades, sendo Kumarumã, do povo Galibi Maworno, a primeira a receber a iniciativa com cursos de corte de cabelo, estética e beleza, oficinas de primeiros socorros e elaboração de projetos e portfólios para submeter em editais culturais.

A atividade fortalece os pilares da economia da região e aproxima a cultura da inovação empreendedora, unindo os saberes tradicionais dos povos e técnicas com recursos da própria natureza. Um exemplo foi a oficina de fibra de buriti na confecção de biojoias usando as sementes de caroço de açaí.

Artesã Evanezia Leonel, de 33 anos, do povo Galibi Maworno

“Já trabalho com artesanato, faço pulseira, brincos, colares de miçanga e cuias. Fiquei muito alegre em participar, ver que estão lembrando da gente em trazer ações como essa. Na oficina que fiz aprendemos coisas novas, usando recursos da nossa própria região, como as fibras de buriti. É mais um conhecimento para a gente”, relatou Evanezia Leonel, de 33 anos, do povo Galibi Maworno.

A ação ocorreu na Escola Indígena Estadual Camilo Narciso. Localizada no Norte do Amapá, na terra indígena Uaçá, a comunidade é a maior do povo Galibi Maworno na região, com cerca de 3 a 4 mil habitantes. A iniciativa contempla nos pontos focais 6 aldeias para que as adjacentes em torno da região possam participar.

Durante o encontro, também foi ministrada uma oficina do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM-AP) sobre instruções de primeiros socorros, como técnicas da Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace), salvamento terrestre, combate a incêndios, como lidar com picadas de animais peçonhentos, corte de árvore com cautela e atendimento pré-hospitalar.

Técnicas da Obstrução das Vias Aéreas por um Corpo Estranho (Ovace)

Nesta quinta-feira, 9, o itinerário com as equipes do Governo do Estado leva a programação padrão à comunidade Kumenê, do povo Palikur. Posteriormente, também serão atendidas as aldeias Espírito Santo, Curipi, Galibi, Uahá e na capital Macapá, respectivamente.

Ação está sob coordenação da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), com apoio das secretarias de Estado do Trabalho (Sete), Meio Ambiente, Pesca e Aquicultura, Educação, Fundação Marabaixo, Instituto Federal do Amapá (Ifap) e Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM-AP).

Secretária dos Povos Indígenas, Sonia Jeanjacque

“Este ano, o Governo do Estado traz estrategicamente para dentro das aldeias essas ações itinerantes de capacitação para alcançar um número maior de pessoas. Estamos percorrendo as 6 aldeias indígenas do município de Oiapoque para estimular o empreendedorismo sustentável, que pode servir como alternativa de geração de renda para muitas famílias. Sabemos que muitas comunidades vêm sofrendo desafios com o plantio da mandioca em decorrência da praga da vassoura-de-bruxa que atinge a maioria das roças. Então, além de capacitar, incentivar e fortalecer a economia local, queremos ouvi-los para trabalharmos juntos uma política de ações sustentáveis dentro dos territórios”, explicou a secretária do Povos Indígenas Sonia Jeanjacque.

Turma da oficina de buriti na confecção de biojoias

Vassoura-de-bruxa

Em razão da propagação da vassoura-de-bruxa, doença fúngica que atingiu a maioria das roças de produção da mandioca nas aldeias do município de Oiapoque, as capacitações empreendedoras são fundamentais para que a comunidade tenha outros meios de fonte de renda na região.

No decorrer das oficinas, também serão apresentadas às lideranças indígenas futuras políticas públicas sustentáveis envolvendo o incentivo à criação de peixes em ambientes controlados, agricultura familiar e o manejo de pirarucu, que visa a pesca sustentável do peixe ao preservar a espécie e reutilizar as escamas para confecção de biojoias e a pele para comercialização de couro.

Fonte: Agência de Notícias do Amapá

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