InícioDISTRITO FEDERALGoverno incentiva produção e comercialização de produtos feitos por reeducandos do DF

Governo incentiva produção e comercialização de produtos feitos por reeducandos do DF

Magali Costa Neves, 68 anos, reeducanda da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), aprendeu a costurar em aulas oferecidas nas oficinas de profissionalização ainda dentro da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF). Em regime aberto, ela participa dos cursos na sede da Funap e se sente realizada ao ver os seus produtos expostos e vendidos: “Isso é o maior prazer da gente: produzir alguma coisa e ver as pessoas gostarem, independentemente das mãos que foram feitas”.

Cursos da Funap oferecem capacitação em diferentes práticas, possibilitando reintegração aos reeducandos | Foto: Divulgação/Funap

Magali é uma das mais de 280 pessoas que participam dos programas de capacitação dos apenados da Funap, por meio de oficinas profissionalizantes. Além de costura, essas oficinas oferecem especialização em áreas como serigrafia, marcenaria, concretagem, agricultura, cozinha industrial, manutenção de carrinhos e artesanato. 

Durante as oficinas de capacitação, os reeducandos aprendem, passo a passo, a fazer uma série de produtos, incluindo camas pet, tapetes de crochê, tábuas de carne, bandejas de madeira, roupas infantis, bonecas de pano, porta flores de madeira, espreguiçadeira de madeira e nichos de parede. Alguns desses produtos são expostos para venda e encomenda nas edições do programa GDF Mais Perto do Cidadão.  

Como a Funap não possui fins lucrativos, os itens são comercializados a preços abaixo do valor de mercado, e o dinheiro arrecadado é usado para a compra de material para manter a produção das oficinas. Além das vendas, a fundação também confecciona itens para doação. Um exemplo é o kit enxoval doado a gestantes e mães de recém-nascidos participantes do projeto Nasce Uma Estrela – um curso oferecido pelo GDF Mais Perto do Cidadão. 

Recuperando vidas

“Com essas oficinas, provamos que a ressocialização não é apenas possível, mas essencial para oferecer novas oportunidades e construir um futuro melhor para todos”

Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania

O trabalho aliado à solidariedade é uma das formas mais eficazes de transformar a vida dos privados de liberdade. O reeducando Diego Lacerda, 39, conta como o programa mudou sua forma de ver o mundo: “A gente que errou na vida, entendia que só podia viver naquilo, mas quando a gente começa a produzir, aprender novas profissões e ajudas as pessoas com nosso trabalho, passa a ver as coisas de outra forma”.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, ressalta a importância do trabalho desenvolvido pelas oficinas da Funap: “A capacitação profissional abre caminhos para a transformação social. Com essas oficinas, provamos que a ressocialização não é apenas possível, mas essencial para oferecer novas oportunidades e construir um futuro melhor para todos”.

Marcenaria

O curso de marcenaria oferecido pela Funap aos reeducandos é ministrado no Complexo Penitenciário da Papuda. Durante as oficinas, a mão de obra prisional é usada para a confecção de diversos produtos. Em julho do ano passado, mais de 500 rodos foram doados para a retirada da lama nas áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Essas iniciativas não apenas garantem renda para os reeducandos e suas famílias – que recebem uma bolsa de ressocialização -, mas também fomentam sua reinserção no mercado de trabalho. Além disso, a participação das oficinas é feita em um sistema de remição de pena. A cada cinco dias de trabalho, um dia de pena é retirado.

A Funap tem como principal finalidade contribuir para a inclusão e reintegração social das pessoas presas, oportunizando melhorias em suas condições de vida por meio da qualificação profissional e oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Mais de 3 mil cidadãos que passaram pela Funap foram reintegrados ao mercado de trabalho.

“As oficinas representam mais que aprendizado técnico”, reforça a diretora da Funap, Deuselita Martins. “Elas são um resgate da dignidade e uma oportunidade de transformação. Cada reeducando que passa por essas capacitações sai mais preparado para a reintegração social.”

*Com informações da Sejus-DF

Fonte: Agência Brasília

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