Nesta sexta-feira, 11, é dia de se combater um dos principais problemas de saúde pública do mundo atual: a obesidade. A data marca, simultaneamente, a realização do Dia Mundial da Obesidade, organizado por federação mundial homônima; e o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, instituído pela Lei nº 11.721/2.008.
Ambas as campanhas visam a conscientização sobre a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis, que contribuam para o controle do excesso de peso.
No Brasil, a condição afeta mais de 60% da população adulta. Ao todo, existem 96 milhões de brasileiros com a qualidade de vida comprometida em razão da doença. As mulheres estão entre as mais afetadas. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019) revelam que mais de 60% do público feminino está acima do peso.
Considerada crônica, a enfermidade é porta de entrada para outras comorbidades mais graves, como a diabetes, as doenças cardiovasculares, a asma, a gordura no fígado e até alguns tipos de câncer. No mundo, mais de 1 bilhão de adultos estão acima do peso, sendo a metade deste contingente já considerada obesa.
Outro fator alarmante é a quantidade de menores acometidos com quadros de excesso de peso. Em todo o mundo, mais de 40 milhões de crianças de até 5 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade ou sobrepeso. No Brasil, a condição afeta uma em cada dez crianças e três em cada dez adolescentes.
Estes são os dados divulgados pelo Observatório da Criança da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), foram usados como justificativa para o projeto de lei nº 20254/24, que propõe a criação de um cadastro de obesidade infanto-juvenil nas escolas de ensino fundamental e médio da rede estadual de educação.
A matéria, de autoria do deputado Karlos Cabral (PSB), aguarda deliberação junto à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). A proposta estabelece a obrigatoriedade da avaliação antropométrica dos alunos, tais como peso, altura e circunferências, para verificar o estado nutricional e possibilitar a triagem de risco para doenças crônicas não transmissíveis. Detalhes sobre o assunto podem ser acessados no link.
Uma norma correlata já se encontra em vigor desde julho. Trata-se da Lei Estadual nº 22.830/24, que acrescenta medidas de combate à obesidade infantojuvenil à legislação que trata da promoção de campanhas educativas sobre o tema. Dentre as medidas a serem implementadas nas escolas, incluem-se as avaliações regulares de índice de massa corporal (IMC), a promoção de educação alimentar e o incentivo à atividade física.
Diagnóstico e tratamento
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera problemas relacionados ao excesso de gordura corporal uma epidemia mundial. Os parâmetros para o diagnóstico são obtidos pelo cálculo do chamado Índice de Massa Corporal (IMC). Ele é o resultado da divisão do peso do indivíduo pelo quadrado da sua altura (IMC = peso (kg) / altura (m)2).
Índices superiores a 30 kg/m2 são indicativos de obesidade. IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 indicam sobrepeso e já podem acarretar prejuízos à saúde. Já o peso considerado normal fica entre o intervalo de 18,5 e 24,9 kg/m2. Valores abaixo também podem acarretar riscos, aumentando a sensibilidade a doenças como a diabetes e hipertireoidismo.
De modo geral, obesidade acontece quando a ingestão de alimentos é superior a demanda de energia consumida para a realização das atividades diárias. Mas as causas da doença envolvem fatores diversos e complexos que vão muito além da fórmula “comer muito e gastar pouca caloria”. Ela é fruto não apenas da má alimentação e sedentarismo, mas também de problemas genéticos. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, 70% do quadro tem origem genética.
Outras causas, incluem, ainda, o uso de certos medicamentos, como alguns receitados para o tratamento de doenças mentais; e distúrbios de ordem biológica, como os associados à proteção contra a inanição. Distúrbios do crescimento, gravidez precoce, histórico de doenças precedentes, perturbações do sono por desordens hormonais e até a poluição e certos tipos de bactérias presentes no intestino também estão entre os fatores apontados.
As complicações da obesidade podem acarretar no surgimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e alguns tipos de câncer. Transtornos psicológicos relacionados ao estigma da doença também foram observados. De forma geral, o quadro contribui para a redução da qualidade e da expectativa de vida dos indivíduos acometidos com a enfermidade.
O tratamento envolve mudanças na rotina, como o aumento da atividade física e a reeducação alimentar. Esta última visa a adoção de hábitos de alimentação saudáveis, que primam pela diminuição da ingestão calórica e a redução ou até mesmo a eliminação radical do consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados.
O uso de medicamentos também podem ser associados. Para os casos mais graves, há, ainda, a possibilidade de indicação cirúrgica. A chamada cirurgia bariátrica (ou cirurgia para a redução do estômago, intestino ou ambos) costuma ser recomendada para indivíduos com IMC acima de 40 e outras comorbidades de risco já diagnosticadas.
Fonte: Portal da Alego
Fonte: Agência Assembleia de Notícias