As equipes multiprofissionais da Secretaria de Saúde (SES-DF) que atendem pessoas em situação de rua aumentaram de cinco, em 2023, para sete, em 2024, totalizando mais de 70 profissionais. Exames, tratamentos e laudos são oferecidos para essa população, além de cuidado e acolhimento. Ao longo de 2023, as equipes realizaram mais de 21 mil procedimentos – cada um deles traz consigo uma história de esperança e resiliência, em que médicos, enfermeiros e assistentes sociais se unem para fazer a diferença na vida daqueles que enfrentam dificuldades.
Para atender as vulnerabilidades específicas dessa comunidade, a pasta planeja expandir o quadro para oito as equipes, além de capacitar os servidores que enfrentam desafios diários nessa tarefa. “Com uma abordagem itinerante, os profissionais enfrentam desafios que vão desde construir vínculos com uma população itinerante até a descontinuidade de tratamento por parte de pessoas que precisariam de assistência continua, entre outros”, destaca a gerente de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais, Juliana Soares.
“É importante ressaltar que houve uma significativa expansão no planejamento estratégico de gestão da saúde no Distrito Federal, por meio da Programação Anual de Saúde [PAS], com a ampliação das equipes de Consultório na Rua”, destaca a gerente, acrescentando que as ações são promovidas em parcerias com as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e de Cidadania e Justiça (Sejus-DF), além de outros órgãos. “A proteção social tem que caminhar alinhada com as políticas de saúde”, defende.
A pasta investiu em dois novos veículos para atender as regiões de saúde Central (Asa Sul, Asa Norte, Cruzeiro, Lago Norte, Varjão e Vila Planalto) e Sudoeste (Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires), onde ocorre o maior número de cadastros de pessoas em situação de rua. Em 2023, a região de Taguatinga realizou cerca de seis mil procedimentos, 40% do total.
Confira onde atuam as sete equipes de Consultório na Rua (eCRs):
⦁ eCR Asa Norte – Eixo Monumental (incluindo Rodoviária do Plano Piloto), Asa Norte, Vila Planalto, Lago Norte e Varjão
⦁ eCR Asa Sul – Asa Sul e Vila Telebrasília (incluindo Rodoviária Interestadual), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal e Lago Sul
⦁ eCR Centro-Sul – Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA)
⦁ eCR Sul – Gama e Santa Maria
⦁ eCR Leste – Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Jardim Botânico
⦁ eCR Oeste – Brazlândia e Ceilândia
⦁ eCR Sudoeste – Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires.
Desafios
O presidente do Instituto Barba na Rua, Rogério Barba, que existe desde 2015 e atua em contato direto com pessoas em vulnerabilidade urbana, ressalta: “É importante esses profissionais e carros nas ruas para oferecer qualidade no atendimento e criar um vínculo. Toda as cidades hoje têm uma população em situação de rua”.
Rogério Barba viveu nas ruas por 25 anos; mas, depois de se recuperar do vício e conseguir se estabelecer, criou, em 2015, um instituto que leva apoio para essa população. Conforme pesquisa de 2022, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concluiu que o DF tem 7.924 pessoas em situação de rua.
*Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
Fonte: Agência Brasília