Presidida pelo deputado Cristiano Galindo (Solidariedade), a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa de Goiás realizou nesta quinta-feira, 23, uma audiência pública, com o tema “O Protagonismo Feminino no Poder Legislativo”. O encontro debateu os desafios da atuação política das mulheres.
Ao lado do deputado Cristiano Galindo, a mesa foi composta pelas deputadas estaduais Bia de Lima (PT), Vivian Naves (PP) e a deputada federal Adriana Accorsi (PT). Ao abrir o evento, Galindo ressaltou a representatividade das mulheres no debate e na construção política do País. “Muitas vezes se falam de heróis mas, na verdade, os heróis do nosso dia a dia são as mães, as mulheres que trabalham e dedicam suas vidas a cuidar do outro”.
As deputadas relembraram fatos históricos para ressaltar o quanto a participação feminina, no processo eleitoral brasileiro, se deu de forma tardia. A conquista do direito ao voto só aconteceu com o Código Eleitoral de 1932, há menos de 100 anos. Desde o início da República, em 1889, o país teve uma única presidente, Dilma Rousseff, e apenas 16 governadoras mulheres. Destas, só oito foram eleitas para o cargo, as demais eram vice-governadoras que ocuparam o cargo com a saída do titular.
Discursos
“A participação da mulher, na política, é uma construção da democracia brasileira”, afirmou Adriana, ao defender o protagonismo das mulheres nos espaços públicos e de poder. A parlamentar ressalta que, apesar dos avanços no direito das mulheres, ainda há desigualdade. “É na política que se definem as pautas que nós precisamos, então nós temos que estar presentes na política, e isso não é fácil no Brasil.”.
Bia ressalta que muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas decisões políticas. Isso acontece devido à exclusão histórica das mulheres na política e que reverbera, até hoje, no cenário de baixa representatividade feminina no Legislativo. “Nós temos a responsabilidade de alavancar e estimular, proteger, construir e possibilitar caminhos que possibilitem a vitória de muito mais mulheres na política e em todos os espaços de atuação profissional”.
A deputada Vivian comentou a dificuldade das próprias mulheres em participar do processo eleitoral. “Nós mulheres ainda somos criadas para ser mães, para ser dona de casa, para ser submissa ao marido”, disse a deputada. E completou: “nós ainda somos poucas, de 41 deputados, só quatro são mulheres. Nós somos a maior parte do eleitorado brasileiro, mas isso não é representado nas urnas”, finaliza.
Fonte: Portal da Alego
Fonte: Agência Assembleia de Notícias