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Cigarro ainda é a principal causa do câncer de pulmão

Reprodução: Alto Astral

Cigarro ainda é a principal causa do câncer de pulmão

Neste domingo (29) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data que visa conscientizar a população sobre os danos do tabaco e a importância de largar o vício pelo cigarro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fumo gera consequências irreversíveis na população, sendo cerca de um a cada dez óbitos por conta do hábito de fumar – ou seja, aproximadamente, 8 milhões de pessoas morrem por ano.

Assim, vale lembrar que dentre as muitas complicações causadas pelo tabagismo estão os problemas no aparelho respiratório, como asma, bronquite, enfisema pulmonar e câncer.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o hábito de fumar é uma das principais causas do câncer de pulmão, uma vez que fumantes possuem 20 vezes mais chances de desenvolverem tumores pulmonares. O Instituto também aponta que mais de 30 mil pessoas receberão o diagnóstico da doença ainda em 2021.

Sintomas e diagnóstico

Mariana Laloni, médica oncologista, explica que os sintomas do câncer de pulmão costumam aparecer no aparelho respiratório, e podem envolver tosse, falta de ar e dor no peito. Além disso, outros sintomas não específicos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Contudo, a médica ressalta que nem sempre o diagnóstico vem acompanhado de sintomas. “Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença, o que contribui amplamente para o sucesso do tratamento”, diz.

Desse modo, é de fundamental importância estar sempre atento à saúde e realizar vistitas médicas periodicamente.

Laloni comenta ainda que existem dois tipos de câncer de pulmão: o carcinoma de pequenas células e o de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 80 a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos afetados”, destaca a oncologista.

Mas como evitar o câncer de pulmão?

Apesar o Brasil ter um dos menores índices de fumantes do mundo, cerca de 10% da população acima de 18 anos, segundo o INCA, fumar ainda é a principal causa de câncer de pulmão.

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Inclusive, atualmente, Laloni alerta que há um desafio a ser enfrentado: os cigarros eletrônicos e outros dispositivos de vape. “Nós vemos novas formas de tabagismo chegando, como o cigarro eletrônico, por exemplo, que tem atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, pela novidade e pela falta de informação também sobre o impacto nocivo deles. Então, estamos vendo uma geração que tinha largado o cigarro, voltar para versões digamos, mais modernas, do mesmo mal”, observa.

Assim, a especialista enfatiza que parar de fumar é a forma mais segura de prevenir o câncer de pulmão – além de outros tumores, doenças cardíacas e pulmonares, como a pneumonia e o AVC (acidente vascular cerebral).

Parar de fumar X saúde mental

A abstinência do cigarro é vista como um desafio, uma vez que a falta do tabaco pode causar ansiedade e irritabilidade. Segundo Renata Figueiredo, médica psiquiatra, a maioria dos indivíduos que decidem parar de fumar sentem alteração de humor e isso acontece porque o cigarro reduz esses sintomas de estresse.

“Se a pessoa nunca tivesse fumado, provavelmente não sentiria esses efeitos. Na verdade, a falta do cigarro no organismo do dependente faz com que eles apareçam. Ou seja, o cigarro é o grande causador das alterações de humor e da piora da saúde mental, pois além dos malefícios já conhecidos, também prejudica a autoestima, com alterações na pele, no cabelo e nos dentes”, ela explica.

Foto: Shutterstock

Por fim, a psiquiatra afirma que embora o começo seja difícil, largar o cigarro não é impossível. “Apesar de ser um período difícil, com o tempo os sintomas da abstinência somem, o cérebro se adapta a essa nova realidade e o paciente se sente bem por ter conseguido passar por ele”, finaliza.

Fontes: Mariana Laloni, médica oncologista formada pela Faculdade de Medicina da PUC-Campinas com especialização em Oncologia Clínica pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer IBCC e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP; Renata Figueiredo, médica psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr).

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