A cartilha “Ajudando a Cuidar” é um guia prático para que as famílias dos bebês pré-termos (que nascem antes de 37 semanas) e de baixo peso possam realizar o cuidado canguru em casa e foi produzida pela terapeuta ocupacional Gabriela Ribeiro Barros de Farias, professora do curso de terapia ocupacional da UEPA, tutora da residência multiprofissional em saúde e coordenadora do comitê de ética em pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará.
Em 2009, Gabriela foi convidada para fazer o curso de tutoria e método canguru e, desde então, vem orientando as mães e trabalhando na formação de funcionários, inclusive de outras unidades, no método canguru. Ela explicou que a finalidade da cartilha é propagar os cuidados com o prematuro, por isso é um recurso terapêutico importante para dar suporte e segurança à mãe durante o processo de desospitalização, pois permite que ela continue o método canguru em casa.
“Sempre tivemos vontade de produzir um material que orientasse as mães para que elas se sentissem mais seguras para cuidar do seu bebê, que era uma grande dificuldade que a gente tinha, principalmente quando elas saíam de alta com muitas dúvidas sobre como cuidar do bebê em casa. Como a minha pesquisa de doutorado é voltada a compreender a questão do vínculo e do desempenho ocupacional da mãe e do desenvolvimento do bebê, eu pude solicitar, junto ao Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA), a produção de um material que instruísse os primeiros cuidados com o bebê prematuro em casa”.
ETAPAS
Gabriela ressalta que no método canguru se trabalha cada dia uma coisa diferente com as mães. “Um dia a gente trabalha a posição do bebê, no outro é o banho e assim conseguimos organizar as informações e o material foi produzido. Já estamos utilizando essa cartilha há mais ou menos um mês e a receptividade das mães está sendo excelente”.
Angeline Freire de Souza Aprígio, 35 anos, é mãe de Isadora Vitória, que nasceu prematura pesando 760g, considerado extremo baixo peso. Ela conta que, após 74 dias de UTI e 1 dia de UCI, foi para a unidade canguru, onde ela e a filha foram muito bem acolhidas por toda a equipe multidisciplinar, e foi lá que a terapeuta ocupacional Gabriela lhe apresentou o método canguru e explicou que o método iria desenvolver a parte respiratória, motora e emocional de sua filha.
“Quando começamos a fazer o método canguru, a minha bebê teve um ganho de peso excessivo, o que foi maravilhoso. Esse ganho não foi somente por causa do leite materno, mas também pelo fato dela estar em contato pele a pele comigo, pegando o emocional, o carinho, aí foi quando ela começou a ganhar cerca de 20 a 25 gramas por dia. O método é eficaz para o ganho de peso pelo fato da criança ficar mais próxima da mãe”.
Angeline relata que, quando saiu de alta, recebeu um informativo institucional com o método canguru e junto com ele veio uma cartilha para ajudar dentro de casa, que traz orientações de como dar banho e trocar a fralda corretamente, para não prejudicar a coluna do bebê, como devemos colocá-lo na posição canguru em casa, além de ensinar como devemos fazer um aninho para que ele se sinta protegido como se ainda estivesse no útero.
COMPLEMENTO
Para a médica neonatologista, tutora e coordenadora técnica do método canguru, Vilma Hutim, a cartilha é um complemento riquíssimo para o informativo canguru que é entregue às mães quando recebem alta. “Essa cartilha é clara e objetiva e serve de complemento ao nosso informativo institucional. É importante que esses dois instrumentos se tornem uma cartilha única para ser entregue a todas as mães com bebê no perfil do método canguru”.
A cartilha Ajudando a Cuidar está disponível na página do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento: http://ppgtpc.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/documentos/Ajudando%20a%20Cuidar.pdf