De cada três agricultores que participaram do Compra Direta Paraná em 2020, uma é mulher. O programa assistencial que saiu do papel logo no início da pandemia do coronavírus no Estado como forma de colaboração às famílias paranaenses é um dos temas retratados pela campanha lançada nesta segunda-feira (08) pelo Governo do Paraná para valorizar a participação feminina, em comemoração ao Dia da Mulher. A peça faz menção também ao Paraná Rosa e ao Banco da Mulher. (Assista ao vídeo da campanha).
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“Fico feliz ao ver grandes mulheres ocupando seus lugares na sociedade. Isso destaca nossa força, determinação e vontade de vencer. Fico contente em ver o empreendedorismo feminino ganhando força no Paraná”, afirmou a primeira-dama e presidente do Conselho de Ação Solidária, Luciana Saito Massa.
A agricultora Regiane Aparecida Moura da Silva, de São Jerônimo da Serra, na Região Norte, está nas duas pontas do projeto. Dona de uma pequena propriedade na zona rural da cidade, ela forneceu para a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento hortaliças folhosas (alface, rúcula, couve, entre outros), tomate e abobrinha. Comercialização que garantiu a manutenção do negócio e o sustento da família, abalados pelos efeitos secundários da crise sanitária.
Regiane, porém, não parou por aí. Legítima representante do DNA feminino, ela articulou a outra metade do negócio. Como presidente da Cooperativa da Agricultura Familiar de São Jerônimo da Serra (Coaf), fez com que o alimento comprado dos 140 sócios que formam a associação chegasse a quem mais precisava.
Segundo ela, o grupo entregou cerca de 30 toneladas entre frutas, legumes e hortaliças, além de outras 8 toneladas de pães para 15 entidades de sete municípios da região. Produtos de qualidade que ajudaram a incrementar o atendimento da rede socioassistencial do Paraná, formada por restaurantes populares, cozinhas comunitárias e hospitais filantrópicos.
Chegou também aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do Estado, locais em que o alimento pode ser encaminhado diretamente para a população cadastrada. Parte dos produtos também encorpou a cesta básica de alunos da Rede Estadual de Ensino, mesmo com os estudantes na modalidade de ensino a distância, acompanhado as aulas de casa, por sistemas eletrônicos.
“É um espaço muito importante para os pequenos agricultores. A pandemia agravou a situação financeira de muitas famílias que vivem do campo. Saber que a venda do produto está garantida, no caso para o Governo do Estado, garante segurança para quem produz. Ajudou muito”, destacou Regiane.
PROGRAMA – De acordo com a secretaria estadual da Agricultura, em 2020 o Programa Compra Direta Paraná adquiriu 3.679 toneladas de alimentos, de 15.507 agricultores familiares. Desses, 5.096 são mulheres, representando uma fatia de 33% dos inscritos. O montante totalizou R$ 18.397.098,02.
Chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan) da pasta, Márcia Stolarski explicou que o projeto beneficiou 907 entidades que atendem a população mais vulnerabilizada do Estado, bem como os agricultores familiares de 147 associações/cooperativas da agricultura familiar. O atendimento atingiu cerca de 530 mil pessoas ao mesmo em que tempo que garantiu trabalho e renda para 15.507 agricultores.
“É apoio e renda para aqueles que produzem comida de verdade, o que ajuda a melhorar a imunidade e a saúde da população mais vulnerável do Estado”, afirmou Márcia.
INCENTIVO – Ela lembrou que o programa incentiva a participação das mulheres na agricultura familiar, dando prioridade na contratação às associações e cooperativas que apresentam pelo menos metade de mulheres em seu quadro de agricultores. Quem cumpre a meta ganha um ponto adicional na classificação. Em 2020, 24 cooperativas e associações, representando 16% das 147 contratadas, alcançaram esta condição.
“Apostamos nas mulheres, o que ajudou a fazer com que 90% dos agricultores pedissem a continuidade do programa em 2021, segundo pesquisa que realizamos recentemente”, ressaltou Márcia.
Segundo ela, uma nova chamada pública para aquisição de alimentos e atendimento do Compra Direta Paraná está sendo estruturada e deve ter início em até dois meses.