Elas conduzem suas carreiras com profissionalismo e dedicação. Hoje, são protagonistas de suas histórias. Salvam vidas, pilotam aeronaves, contam fatos, elucidam crimes, fornecem assistência psicológica, e, entre muitas outras funções, está a principal delas: proteger a população.
Em tempos de pandemia, muitas pessoas tiveram que se adaptar a uma nova realidade, mas é importante lembrar-se daquelas que nunca pararam: as profissionais da segurança pública. Atuar na preservação da vida e estabelecer a ordem, por meio da lei, já faz parte do trabalho delas. Entretanto, a farda ganhou um novo adereço: a máscara de proteção.
Contra o relógio
Uma dessas mulheres percorre a cidade dentro de uma ambulância de resgate. A sirene ligada anuncia a corrida contra o tempo para salvar uma vida. Chayenne Barbosa é bombeira militar lotada no Batalhão de Socorro de Urgência (BSU) do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). Garra e empatia não faltam no dia a dia dessa profissional.
“Ser bombeira militar me deixa realizada. Quando estamos em deslocamento dentro de uma viatura, as crianças nos ovacionam e a população nos olha com brilho nos olhos. Isso me completa. Apesar de escolher adentrar em uma corporação composta por muitos homens, é extremamente gratificante saber que cumpro a minha missão. Mesmo diante de tantas tarefas, nós mulheres, conseguimos exercer a profissão com maestria e organização. Sou muito feliz por contribuir com o bem de toda a sociedade”, destacou.
Gestão e cuidado
Luvas, lanternas, pincéis, maleta com kit para revelação digital. Esses são os objetos utilizados pela perita criminal Ana Paula Teixeira. Ela, que é coordenadora do Núcleo de Planejamento e Gestão (CPLAG) da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), é responsável por administrar os recursos e cuidar dos servidores, incluindo a organização, limpeza e disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Dessa forma, ela gerencia os suprimentos e realiza ações preventivas para evitar que os servidores e colaboradores da instituição vinculada se contaminem pela Covid-19.
“Como instituição que presta serviço essencial para a população, a coordenação interna tem trabalhado desde o início da pandemia. Tenho procurado fazer o meu trabalho com serenidade e otimismo feminino. Me sinto até privilegiada em estar nessa função nesse momento tão delicado, que exige paciência, liderança e cuidado por todos. Além de termos essa força e coragem de lutar, por sermos mulheres, temos a sensibilidade do cuidado, organização, e uma melhor noção higiênica. Então, nós temos muitos pontos fortes para conseguir derrotar esse vírus e sair da pandemia”, conta ela.
Saúde mental e bem-estar
Seja nas ruas ou de forma remota, a saúde mental tem sido um fator importante para que muitas pessoas procurem apoio psicológico, principalmente durante o isolamento social. É aí que entra o trabalho da Bruna Gadelha, gestora da Assessoria de Assistência Biopsicossocial (Abips) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O trabalho faz parte de uma estratégia da pasta que visa manter o cuidado com a saúde dos agentes que integram a segurança pública do Estado.
“Eu sempre percebi a necessidade e o diferencial que um psicólogo poderia ter na atuação com agentes de segurança pública, seres tão dedicados a servir. Aquele que serve e que lida com casos emergenciais, precisa se manter em constante busca de alinhamento com as áreas da saúde e de conhecimento. Quando pensamos na mulher, enquanto um ser atuante que faz a diferença, logo vem à mente algo muito revolucionário. Imagine quando atuamos em um ambiente tipicamente masculino. Tenho muito orgulho de atender homens e mulheres e fico mais feliz em saber que nós, cada vez mais, temos ganhado espaço. Vejo o quanto é importante haver respeito. Sinto que é possível investir em saúde mental e que há muito ainda a ser feito, mas sinto que como mulher podemos ter a sensibilidade de enxergarmos o acolhimento, e que unidas faremos a diferença”, ressaltou ela.
O tempo não para
Para que todos esses profissionais continuem trabalhando com uma mente sã, outra figura fundamental no combate à pandemia é Sônia Amaral. A assistente social atua há 22 anos na Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e se tornou referência à frente do Departamento de Assistência Médica e Psicossocial (Damps). Ela desenvolve ações interdisciplinares com foco na promoção à saúde e ao bem-estar biopsicossocial de todos os policiais civis, servidores e familiares .
“Eu acredito que a potência para transformar vidas, nós temos. Claro, que dentro da profissão, o meu lastro acaba sendo maior. Fico imensamente feliz porque de certa forma sou uma referência e tenho acesso a alguns recursos que nem todos têm. Por isso, tento cumprir o meu trabalho com mais empatia e solidariedade. Tenho alguns limites e, por diversas vezes, me sinto frustrada, porém conseguir fazer além do meu alcance é gratificante. Poder exercer cuidado, acolhimento e dar recursos às pessoas em um momento tão difícil me trazem a certeza da profissão que escolhi”, destaca ela.
Ciência como Porto seguro
A pandemia trouxe um cenário de profundas incertezas e, diante disso, cada vez mais profissionais têm buscado o conhecimento como porto seguro. É assim que a tenente-coronel, Sandra Helena, gestora da Coordenadoria de Saúde, Assistência Social e Religiosa (CSASR) vem trabalhando dentro da Polícia Militar do Ceará (PMCE). Ela conta como tem sido redefinir a sua missão em prol da sociedade.
“Do ponto de vista individual, eu sinto que cumpro o meu papel. A vida me preparou para eu estar aqui: ocupando o cargo que atuo. Seja com meu perfil de educadora ou de saúde pública. Apesar dos imensos desafios, eu sei para onde devo ir. Não apenas por eu ser mulher, mas por eu ter a ciência e a saúde pública como meus faróis. É extremamente gratificante dar suporte e condições necessárias para as nossas policiais militares serem protagonistas da sua construção diária de hábitos de saúde e de desenvolvimento mental. Procuro desenvolver meu trabalho com equilíbrio, dedicação e com o intuito de honrar os nomes de muitas mulheres que me precederam. E, pela dimensão do cuidado que é próprio do feminino, acredito que podemos sempre ocupar melhor essas nossas funções”, finalizou ela.
Não importa o cargo, a missão é a mesma: servir e proteger. Elas continuarão trabalhando arduamente para que você tenha segurança e saúde. Então, fique em casa.