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Trabalhando para o desenvolvimento da ciência


Nove de janeiro é o dia do Astronauta. A data foi criada para homenagear a Missão Centenário, promovida em 2006, que ajudou a levar ao espaço o primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, hoje ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Nos Estados Unidos, em frente a aviões usados pela Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos da América (Nasa), e que, hoje, se tornaram monumentos no Johnson Space Center, o centro de comando dos voos tripulados, treinamento, pesquisa e controle de voo, o ministro conversou com a nossa equipe e falou da importância do estudo para a concretização dos sonhos.

Ministro, o que o motivou a ser astronauta e como conseguiu concretizar esse sonho?

A minha motivação para ser astronauta é antiga, ela começou com a motivação de ser piloto. Primeiro fui piloto da Força Aérea e por meio de muito estudo. E isso é importante ressaltar. Eu lembro que minha mãe falava: estude, trabalhe, persista e sempre faça mais do que esperam de você e você consegue chegar aonde você quiser. Então foi muito estudo.

Comecei primeiro na Força Aérea para ser piloto de caça, engenheiro do Ita [Instituto Tecnológico de Aeronáutica], piloto de testes de aviões, fui fazer mestrado e depois, então, durante esse percurso, eu comecei a pensar em ser astronauta. Apareceu a oportunidade na Nasa, de um concurso público para astronautas. Eu me inscrevi e acabei sendo selecionado e vim para cá, no Johnson Space Center, em Houston, no Texas (EUA), fazer o curso de astronauta, que é mais ou menos o mesmo de você pensar no MBA, aliás importante ressaltar, que é um título que você fica para vida inteira. Mas a maior emoção de tudo isso é representar o seu país.

O senhor teve algum incentivo do Governo Federal na época?

Eu fui selecionado pela Nasa em 1998 por meio de um concurso público. O Johnson Space Center, junto com a Agência Espacial Brasileira. Então, o incentivo que nós tivemos naquela época, o grupo de candidatos, foi justamente a existência desse concurso e esse concurso aconteceu por causa da participação do Brasil na Estação Espacial Internacional, e, a partir daí, fui selecionado, vim aqui para o Johnson Space Center, no Texas. Foram dois anos de treinamento, depois mais seis anos até que acontecesse o voo propriamente dito.

Então sim, o Governo Federal deu o incentivo inicial e me ajudou durante todo esse treinamento. Foi uma luta bastante grande manter o programa da Estação Espacial Internacional vivo. Também dentro do programa espacial e dentro do Governo Federal. É uma luta a duas mãos.

Qual a importância de um brasileiro ser astronauta para a nossa ciência?

Países que têm astronautas como os Estados Unidos, a Rússia, o Japão, a Alemanha, a França, o Canadá, repare que todos esses países são países que nós chamamos de desenvolvidos. O Brasil é o único país no Hemisfério Sul que possui um astronauta profissional e a importância disso é, não só a inspiração para jovens pela ciência, o conhecimento de todos esses sistemas.

Eu trabalhei aqui em Houston, no programa espacial norte-americano, durante 20 anos. Trabalhei também no Japão, mais um tempo na Rússia. Então esse conhecimento dos programas espaciais internacionais e de outros programas também de desenvolvimento da ciência me dão uma certa bagagem e me ajudam a trazer esse conhecimento para o Brasil, dentro agora do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Fora também, logicamente, o reconhecimento internacional que facilita acordos que beneficiam o Brasil.

O que que agrega para nós?

O fato do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações ser um astronauta profissional treinado pela Nasa, com 20 anos de experiência no setor. Com experiência no Japão, experiência na Rússia, e também somado a isso o trabalho com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, me dá uma facilidade de trabalhar com o aspecto internacional e promover parcerias.

Temos promovido várias parcerias interessantes para o Brasil, inclusive agora que o Brasil faz parte do programa Artemis aqui da Nasa, que vamos retornar à Lua, ir para outros lugares como Marte etc. E o Brasil faz parte desse grupo de países. É um grupo muito pequeno de países e outras possibilidades de parcerias que, para quem acompanha o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, sabe da quantidade de acordos que nós temos. O que nós temos de quantidade de desenvolvimento de tecnologia no Brasil e com parceria de outros países.

E um recado final…

Um abraço para os jovens que estão querendo ser astronautas. Nunca desistam dos seus sonhos.

Saiba mais sobre o Programa Artemis

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, desde outubro de 2019, a Agência Espacial Brasileira (AEB) promove reuniões com a Nasa com o objetivo de identificar formas de contribuir em missões espaciais, considerando a participação da indústria espacial, da academia e dos institutos de pesquisa brasileiros.

E, no dia 14 de dezembro de 2020, o ministro Marcos Pontes e o administrador da Nasa, Jim Bridenstine, firmaram Declaração de Intenções Conjunta inserindo o Brasil no rol de nações que já manifestaram interesse em participar do programa Artemis. O que, segundo o ministério, marca o regresso do país às missões internacionais de exploração do espaço exterior.

O programa Artemis busca levar a primeira mulher e o próximo homem à Lua, além de manter a presença humana em solo lunar de forma sustentável. Até o momento, a iniciativa envolvia a participação dos EUA, Austrália, Canadá, Itália, Japão, Luxemburgo, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Ucrânia.

Fonte: Brasil.gov

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