O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), anunciou na última quinta-feira (3), durante sua tradicional ‘live’, que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , será enviado para a Conferência do Clima (COP-26) que será realizada em 2021 deviado à pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Salles. que participava da transmissão, foi perguntado por Bolsonaro:”Pronto para a COP-26, você representar o Brasil lá no Reino Unido?”
“Vamos lá para a COP-26, direto do Reino Unido, defender os interesses do país”, respondeu o ministro.
A escolha de Ricardo Salles como representante do Brasil na conferência em que as maiores potências mundiais participarão é um sinal de apoio da presidência ao representante da pasta, que vem recebendo forte pressão para sair do cargo.
O ministro cobrou recurso de outras nações, e disse que somente “crítica de graça” não adianta:
“Essa cooperação tem que ser em termos concretos. A gente até discute, ouve os discursos, mas tem que ter recurso em cima da mesa. O grupo, os países, iniciativas. (tem que) colocar recursos para nos ajudar. Só crítica de graça não adianta. Tem que vir recurso também”, indagou.
Salles é um dos ministros mais pressionados a serem tirados do cargo. Em Julho, procuradores do Ministério Público Federal pediram seu afastamento embasados em 14 atos ilegais que supostamente ele teria cometido. O conteúdo da reunião ministerial de abril, em que ele defende que o governo ” passe a boiada” em regras ambientais enquanto à mídia se preocupava com a pandemia foi utilizado como prova.
Há inclusive pressão internacional para que o Brasil garanta a preservação do meio ambiente em seus biomas. Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, já declarou que “reunirá o mundo” para presionar Bolsonaro a proteger a Floresta Amazônica.