O que seria entulho descartado no meio ambiente transformou-se em investimento sustentável e economia para os cofres públicos do Governo do Distrito Federal (GDF). Isso porque a Unidade de Recebimento de Entulhos (URE) do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) passou a reciclar resíduos da construção civil que, depois, são utilizados na recuperação de vias da área rural sem asfalto nas regiões administrativas do DF.
Todos os meses, pelo menos seis toneladas de materiais como pedras, pedaços de tijolos e telhas, são recolhidas e encaminhadas de forma regularizada à URE. Lá, se transformam em agregados de resíduos como areia, cascalho de demolição, cascalho de concreto, pedrisco e brita e são destinados a obras públicas do DF.
De janeiro a outubro deste ano, mais de 19 mil toneladas de agregado britado já foram doadas para 16 administrações regionais e órgãos públicos, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF) e as secretarias de Obras e de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
“Essa doação é importante por dois aspectos: deixamos de aterrar material que tem valor e, também, beneficiamos a cidade em obras públicas, ampliando seu uso e poupando recursos naturais”, afirma o diretor-presidente do SLU, Jair Tannús.
19 mil toneladasde agregado britado já foram doadas pelo SLU em 2020 para 16 administrações regionais e órgãos públicos
Planaltina
Esta semana, o patrolamento e ajustes de vias sem pavimentação atendem demandas antigas de moradores e estão sendo feitos no Condomínio Mansões do Amanhecer, em Planaltina. Nas seis ruas do setor está prevista a utilização de 60 caminhões de agregado britado cedido pelo SLU e transportado da URE, que fica no antigo lixão da Estrutural, à regiões administrativa, pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e pelas equipes do GDF Presente.
O produto faz as vezes do cascalho – cuja extração oferece riscos ambientais e precisa de autorização do Ibama – e ajuda a dar firmeza ao solo nas estradas de terra. É colocado na via após o patrolamento – que é o nivelamento do terreno – e espalhado pela patrol motoniveladora. Depois, é molhado pelo caminhão pipa para ajudar na sua compactação ao solo. “É ainda mais eficaz que o cascalho, por produzir menos poeira, e indiscutivelmente mais sustentável”, afirma o administrador regional de Planaltina, Antônio Célio Rodrigues.
Estamos dando um destino nobre para um material que seria lixoRonaldo Alves, coordenador do Polo Norte do GDF Presente
Além de Planaltina, já passaram por obras de patrolamento com o entulho reciclado as regiões administrativas do Sol Nascente/Pôr do Sol, Estrutural, Gama, Itapoã, Park Way, Núcleo Bandeirante, Paranoá, São Sebastião, Riacho Fundo II, Brazlândia, Vicente Pires, Jardim Botânico, Samambaia, Recanto das Emas e Guará.
Coordenador do Polo Norte – núcleo do GDF Presente do qual Planaltina faz parte – Ronaldo Alves acredita que há um ponto a ser destacado no trabalho feito e doado pelo SLU: a sustentabilidade. “Estamos dando um destino nobre para um material que seria lixo”, observa.