Na noite de domingo (15), os eleitores definiram os dois nomes que estarão no segundo turno da eleição para a prefeitura de São Paulo : Bruno Covas , candidato do PSDB que busca a reeleição, e Guilherme Boulos , nome forte do PSOL que tenta recolocar a esquerda no comando da cidade após oito anos. E é exatamente com este pleito, realizado em 2012, que a atual campanha guarda algumas coincidências que podem ser favoráveis ao psolista – se tiverem o mesmo desfecho.
Naquele ano, José Serra, do PSDB, e Celso Russomanno, então no PRB, surgiram como os dois principais concorrentes a substituir Gilberto Kassab , que estava no DEM, na Prefeitura. Haddad ganhou a indicação do PT após desbancar, entre outros nomes, o próprio Jilmar Tatto – que concorreu pela sigla em 2020. E figurava apenas na terceira posição na maioria das pesquisas de intenção de voto.
Em determinado momento, Russomanno chegou a liderar as intenções de voto entre os paulistanos, atingindo 35%. Já o petista mostrava crescimento expressivo e começava a rivalizar com Serra por uma das vagas no segunto turno, mas sempre se mantendo abaixo dos 20%.
Porém, quando o primeiro turno ocorreu, no dia 7 de outubro, o resultado mostrou que as pesquisas estavam enganadas sobre a força do candidato do PRB, que acabou vendo seu eleitorado “derreter” – assim como ocorreu nas eleições deste ano. Com isso, José Serra garantiu o primeiro lugar, com 30,75% dos votos, enquanto Haddad somou 28,98% e garantiu a outra vaga no 2° turno.
Coincidências
O cenário de 2012 acabou ficando bastante parecido com o confirmado neste domingo: Russomanno passou de favorito a eliminado, pela terceira vez seguida, enquanto o candidato do PSDB sagrou-se vencedor do 1° turno. E o nome que aparecia apenas em 3° nas pesquisas teve crescimento vertiginoso, garantindo os votos necessários para o segundo embate.
Desta vez, diferentemente do que ocorreu há oito anos, o PT acabou sendo eliminado. Agora promete fazer campanha por Boulos na batalha contra Covas. Inclusive, o próprio Haddad, além de figuras como Tatto, Suplicy e Gleisi Hoffmann, já demonstraram apoio ao candidato do PSOL no 2° turno.
E se o nome de Tatto aparece nas duas campanhas, outra personagem pode ser um trunfo do psolista em 2020: Luiza Erundina . Em 2012, a campanha de Haddad tentou convidar a ex-prefeita para ser sua vice, mas ela recusou por conta de uma aliança do PT com o PP, pois não se sentiria bem ao fazer coligação com Paulo Maluf , a quem venceu em 1988 quando foi eleita prefeita da capital paulista.
Atualmente, Erundina é a vice de Boulos e foi responsável, com seu carisma e apelo junto aos jovens, por angariar votos para a chapa do PSOL , garantindo assim o ingresso para o confronto com Covas, novamente um candidato do PSDB, pela Prefeitura de São Paulo .