Câncer de mama: entenda sinais, tipos e tratamento para cada diagnóstico

Publicado em: 23/10/2025 10:59







23 de outubro de 2025 – 10:30
#Câncer de Mama #saúde #Sesa #tratamento


Natássya Cybelly – Ascom HUC – Texto e fotos

Júlio César Lopes – HUC – Arte gráfica


Lúcia Souza e a enfermeira oncologica do HUC, Tainá Carvalho

Quando se fala em câncer de mama, é comum associar o diagnóstico ao surgimento de um nódulo palpável, mas os sinais da doença podem se manifestar de outras formas. A neoplasia também é classificada em diferentes subtipos, que se diferenciam pela agressividade, resposta ao tratamento e perspectiva de cura. No Hospital Universitário do Ceará (HUC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), os pacientes oncológicos contam com assistência especializada desde o acompanhamento inicial até as etapas de tratamento e reabilitação, recebendo cuidado integral e humanizado.

Uma coceira na mama direita, acompanhada de vermelhidão e inchaço, foi o que chamou a atenção da costureira Lúcia Souza, de 67 anos de idade. Os sintomas despertaram preocupação, mas ela não esperava que fosse receber o diagnóstico de câncer. “Não esperava de jeito nenhum. Eu tava achando estranho e pensei que fosse uma alergia”, conta. Após a realização dos exames, a confirmação: câncer de mama perfil luminal B. “Eu fiquei nervosa, né? Mas com fé em Deus e confiando nos médicos eu espero ficar boa”, diz a paciente.

Moradora do município de Aquiraz, ela foi encaminhada por meio da Central de Regulação do Estado para iniciar o tratamento oncológico no HUC. O serviço de oncologia da unidade é uma das referências da Rede Sesa para tratamento de pacientes com câncer na capital e na Região Metropolitana. Na última segunda-feira (20), a costureira fez a primeira das oito sessões de quimioterapia necessárias para o tratamento.

“Logo que eu descobri o câncer eu procurei a secretaria da saúde e depois de sete dias já me chamaram para a consulta aqui no hospital. Já passei por vários médicos, exames e agora tô começando a quimioterapia”, conta. Com otimismo e a fé fortalecida, Lúcia já projeta a vitória. “Eu quero ficar boa para eu continuar na minha ‘lutinha’, na minha rotina e eu tô com fé que vou vencer”, finaliza.

O atendimento humanizado proporciona acolhimento e segurança para a paciente que inicia o tratamento de quimioterapia

De acordo com o oncologista do HUC, Adriano Saboia, existem quatro tipos mais comuns de câncer de mama: luminal A, luminal B, HER2 e triplo negativo. “Os luminais normalmente são menos agressivos e eles apresentam receptores hormonais, ou seja, nas células cancerígenas os hormônios estrogênio, progesterona ou ambos são utilizados como ‘combustível’ para crescer. O luminal A é menos agressivo que o luminal B, pois o tumor tem maior proliferação celular do que o A”.

Ele explica ainda que o tipo HER2 é considerado agressivo, mas o tratamento tem tido boa resposta. “Já o triplo negativo é considerado muito agressivo, pois as células cancerígenas crescem e se multiplicam rapidamente, com maior chance de aparecerem em outras partes do corpo, ocasionando a metástase”, explica o oncologista.

No Centro de Infusão do HUC, Lúcia recebe a primeira sessão de quimioterapia para combater o câncer de mama

É por meio do exame de imuno-histoquímica que se classifica as características moleculares do tumor e a partir de então se identifica qual o tipo. Além dele, o HUC realiza ainda biópsia do tumor, ressonância e tomografia. A indicação de qual será o melhor tratamento e protocolo a ser seguido é parte da análise desses exames e perfil do paciente. Ainda de acordo com o oncologista Adriano Saboia, cerca de 70% dos cânceres de mama são do tipo Luminal, mas o tratamento pode variar entre uso de hormonioterapia, quimioterapia e radioterapia, além da realização de cirurgia para a retirada do tumor.

O oncologista Adriano Saboia faz o acompanhamento dos pacientes do Centro de Infusão

É importante lembrar que os exames e rotina, como a mamografia, podem detectar o câncer antes de ele ser palpável por meio do autoexame. O coordenador médico do serviço de oncologia do HUC, Jader Sabino, porém, faz o alerta para os sinais que podem indicar ser necessário buscar atendimento especializado.

“Caroço na mama ou axila, mudança no formato ou tamanho da mama, saída de líquido pelo mamilo, pele avermelhada ou retraída… Ao perceber um desses sintomas é necessário procurar um médico para avaliar a possibilidade de um diagnóstico de câncer de mama, pois detectar precocemente pode salvar vidas. Por isso, é importante conhecer o próprio corpo, observar e tocar as mamas com frequência e manter os exames regulares como mamografia e ultrassonografia”.

Ainda de acordo com o oncologista, os dados de câncer no Brasil seguem elevados. “Estima-se que, em cada ano do triênio 2023–2025, surjam cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama em mulheres, o que corresponde a uma taxa de aproximadamente 41,89 casos a cada 100 mil mulheres. Essa prevalência faz do câncer de mama o tipo mais comum entre as mulheres, excluindo os tumores de pele não-melanoma. É também a principal causa de morte por câncer feminino no país”, finaliza.

De outubro a outubro rosa

Desde 2024, a Secretaria promove a campanha “De outubro a outubro rosa”, com o objetivo de falar sobre autocuidado o ano inteiro e estimular a realização dos exames necessários, além de desmistificar as questões com relação à mamografia. Durante o mês, reportagens especiais semanais irão abordar o tema.




Fonte: Agência de Notícias do Estado do CE

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