Nesta quarta-feira (28), “Sol Alegria” será o segundo filme exibido da Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo Online, projeto de parceria entre o Museu da Imagem e Som (MIS), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), e a Faculdade de Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Para assistir ao filme e acompanhar o debate o interessado deve estar no grupo de WhatsApp ou preencher o formulário disponibilizado nas redes sociais da Fundação de Cultura.
O professor Vitor Zan, do curso de audiovisual da UFMS, explica que o filme foi escolhido por pertencer a uma seleção de produções que tiveram repercussão em festivais, que têm propostas estéticas inventivas, mas não chegam ao Estado embora representem a cultura fílmica do país. No caso de Sol Alegria, Zan destaca seu diálogo com a contracultura e o flerte com o pornochanchada: “Também percebo uma relação com a tradição tropicalista da arte brasileira, dialogando também, embora sobretudo na esfera do conteúdo, com o que foi o Cinema Marginal nos anos 1970”, afirma.
Ainda, segundo o coordenador do evento, em “Sol Alegria” há um grande exercício de liberdade que, embora nas figuras que o filme mobiliza, uma ode à arte, à experimentação, a corpos mais livres, um desejo de corromper o imaginário das instâncias conservadoras da sociedade, exemplificado no grupo de freiras ultraprogressistas. “É uma espécie de road movie tropicalista, conjugando ficção científica com uma estética mais exagerada, artificial e performática. Um filme libertador como poucos”, complementa o professor de audiovisual da UFMS, Júlio Bezerra, que também coordena o projeto.
Para a coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, a primeira sessão deu o tom do projeto. “O primeiro encontro foi bem gratificante, tivemos a presença de um dos diretores que nos contou curiosidades do Set de filmagem, trazendo uma configuração real da produção e da relação entre a equipe na produção do cinema brasileiro dos nossos dias, e convidamos a todos para nosso próximo encontro”.
Produzido com a direção do cineasta paraibano Tavinho Teixeira e lançado em 2018, Sol Alegria fala de uma sociedade governada por pastores corruptos que contam os dias para o apocalipse. Armados, uma família anarquista coloca o pé na estrada com a missão de matar um candidato a presidente da república e acabam parando num convento onde as freiras os aguardavam. Lá, eles se preparam para voltar a estrada rumo a aldeia Só Alegria, que é seu destino.
Com um humor surreal que pode ser comprovado especialmente na insurreição desejada pelas personagens do Sol Alegria, o filme dialoga com o cenário contemporâneo do país com questionamentos à liberdade e às diferenças.
O debate que ocorrerá na próxima quarta-feira, 28 de outubro de 2020, contará com a participação dos diretores do filme, Mariah Teixeira e Tavinho Teixeira e será transmitido às 19 horas. Para mais informações acesse o site fundacaodecultura.ms.gov.br e siga nossas redes sociais no Youtube, Instagram e Facebook.
Foto: Divulgação (Imagem do filme)
Texto: Giovanni Dorival