Nesta quarta-feira (21), dez internas do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC) começaram o aquecimento para o projeto “Correndo para Vencer”, iniciativa da Vara de Execuções Penais de Vila Velha, que propõe preparar as futuras atletas para corridas de rua. Além de incentivar a prática esportiva, o projeto visa à inclusão social e à ressocialização.
Os educadores físicos voluntários Leonardo Magnago e Rayner França iniciaram os treinos com alguns conceitos teóricos e planejamento dos exercícios. Para ganhar preparo físico, as internas terão de treinar todos os dias, de 50 minutos a uma hora, dentro da unidade prisional, até que elas estejam aptas a participarem de um evento de rua, assim que já houver liberação da atividade em decorrência da pandemia. “Os exercícios estão focados na parte cognitiva e na coordenação, visando ao preparo para as corridas de rua. Nosso acompanhamento será periódico, presencial ou com vídeoaulas”, explicou Leonardo Magnago.
A juíza idealizadora do projeto, Dra. Patricia Faroni, participou da aula inaugural, praticando exercícios em conjunto com as internas e a equipe de educadores físicos. Para ela, que planejava executar o projeto desde 2017, colocá-lo em prática só traz boas expectativas. “Sempre gostei da prática da corrida e me inspirei em um exemplo de um juiz, do Estado de São Paulo, que corria com adolescentes reeducandos e vi neste exemplo uma inspiração para as internas do CPFC. O objetivo principal do projeto é a ressocialização, e restaurar cada uma dessas meninas para que elas retornem para à sociedade transformadas, já que o esporte proporciona não só benefícios para o corpo, mas também para a mente”, ressaltou Patrícia Faroni.
Todos os itens necessários para a prática do esporte – colchonetes, tênis, camisa, top, bermuda e garrafa de água – foram doados ao projeto. A iniciativa colabora não só com o processo de ressocialização, mas contribui para qualidade de vida e melhora da autoestima das internas. A diretora da unidade prisional, Graciele Sonegheti Fraga, destacou que as internas participantes do projeto estão no regime semiaberto, apresentam bom comportamento e já estão caminhando para ganhar a liberdade, com o fim do cumprimento da pena. “O projeto é uma maneira de trabalhar a ressocialização por meio do esporte, adaptando as presas ao retorno da vida social”.
Novas expectativas
O Projeto Correndo pra Vencer tem despertado nas dez internas participantes uma chance de recomeço. A maioria delas nunca praticou uma atividade física e depositam no projeto uma maneira de recomeçar a vida. Jacksland Lucas é uma das internas que foram beneficiadas. “Esta é uma grande oportunidade e uma chance de mostrar para minha família a minha transformação, que eu posso e quero seguir um caminho diferente e mudar de vida”, afirmou a interna.
Laudineia Rodrigues concorda com a colega de treino e diz que todas estão animadas com o início do projeto. Mesmo sem nunca praticar esportes, ela já vislumbra virar uma atleta de verdade. “Participar do projeto me fez ver o quanto precisamos aproveitar as oportunidades. É muito gratificante ver pessoas acreditando na gente, que podemos mudar e vencer. Já penso que me tornar uma atleta é possível, assim como mudar de vida. Também quero estudar, fazer uma faculdade quando sair do presídio”, disse Laudineia Rodrigues.
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