O juiz João Amorim Franco é acusado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de cobrar mais de R$ 1 milhão para dar sentenças favoráveis aos réus. O relatório da corregedoria foi obtido com exclusividade pelo RJ1, da TV Globo.
Segundo uma delação premiada do perito Charles William, que foi preso em um outro processo que envolvia venda de laudos favoráveis a empresas de ônibus, o Juiz João Amorim cobrava para nomear os peritos em processos.
Charles afirmou que o juiz João Amorim disse que passaria a nomeá-lo como perito judicial se ele repassasse a ele 10% de todos os valores recebidos em razão das perícias.
Na última segunda-feira (19), por 17 votos a 0, os desembargadores do Órgão Especial do TJ-RJ decidiram pelo afastamento do juiz investigado. João Amorim vai ficar afastado até o fim das investigações.
Motivo das suspeitas
A corregedoria considerou que o juiz João Amorim tinha uma vida considerada incompatível com a renda de magistrado.
O relatório lista os bens dele, que incluem dois carros importados que, juntos, são avaliados em R$ 360 mil; um apartamento de R$ 4 milhões em Niterói; outro no Leblon, avaliado em quase R$ 900 mil, e uma casa em Búzios.
Além disso, o magistrado fez 43 viagens internacionais em 12 anos, o que representa uma média de mais de 3 viagens por ano.
O Ministério Público pediu para que na próxima semana os desembargadores decidam pela prisão ou não do magistrado, que, por enquanto, vai continuar recebendo salário.