O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (19) que a economia brasileira está em recuperação e o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano será menor do que o esperado inicialmente.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. “A previsão inicial do FMI [Fundo Monetário Internacional] e outras instituições financeiras era que o PIB brasileiro cairia quase 10%, ou mais , e nós revisamos para 5% a 5,5%, metade da estimativa inicial. Mas pensamos que vai ser muito menos do que isso: 4% de queda”, afirmou Guedes em vídeo gravado e transmitido em reunião virtual da Cúpula da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Em setembro, quando a última estimativa foi divulgada, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção para a queda da economia neste ano em 4,7% .
Em pesquisa do BC ao mercado financeiro divulgada nesta segunda, a previsão de bancos é que o PIB terá retração de 5% em 2020 .
Investimentos e teto dos gastos
O ministro afirmou ainda que é preciso transformar a “onda de consumo” estimulada pelo auxílio emergencial, que sustentou as pessoas mais vulneráveis na crise gerada pela pandemia da covid-19, em um “boom de investimentos”.
Segundo Guedes, o governo manterá a agenda de reformas e quer abrir a fronteira de investimentos, com mudanças em marcos regulatórios, mais concessões e privatizações. Ele citou a aprovação do marco do saneamento pelo Congresso Nacional e lembrou de outras propostas, como do gás natural.
O ministro defendeu ainda o teto de gastos para controlar as contas públicas. De acordo com ele, enquanto a classe política não tiver controle sobre o orçamento, por conta das indexações que existem atualmente, não será possível eliminar o teto de gastos. “Se desindexarmos o orçamento, se fizermos desobrigação, desvincularmos todos esses gastos e a classe política tomar controle do orçamento novamente, como em qualquer outro país, poderíamos nos dar ao luxo de liberar esse teto”, disse.
Guedes acrescentou que a manutenção do teto é uma “grande luta”. Ele disse que “em alguns momentos há até luta interna, fogo amigo, pessoas aqui que querem gastar dinheiro e mandam sinais mistos para o mercado, isso é muito ruim”. O ministro pontuou, no entanto, que o presidente Jair Bolsonaro tem dado apoio para a manutenção do teto dos gastos, confiando em seu trabalho.