Em visita a várias unidades da rede estadual de ensino, na manhã de 8/10, Carlos Giannazi (PSOL) voltou a ouvir das comunidades escolares denúncias de que o secretário da Educação, Rossieli Soares, está aproveitando a pandemia para tentar implantar “na marra” o Programa de Ensino Integral. O modelo já havia sido rejeitado no ano passado por deliberações dos conselhos de escola, que perceberam seu caráter excludente.
“O Escola de Tempo Integral agora mudou de nome, mas continua sendo a mesma farsa. Se uma escola estadual tem hoje 1,2 mil alunos, por exemplo, se ela passar para período integral só poderá atender 300 alunos. E o que vai acontecer com os outros 900? O governo vai espalhá-los em outras escolas, superlotando suas salas”, afirmou Giannazi horas depois, na tribuna da Alesp.
O deputado também destacou que boa parte dos alunos do ensino médio tem de trabalhar para ajudar na renda doméstica, especialmente nesse tempo de crise. Para esse público, o programa só trará desvantagens. Além do comprometimento da qualidade do ensino, dada a sobrecarga a que os professores serão submetidos, os próprios alunos trabalhadores estarão mais cansados durante as aulas, pois sua jornada ficará mais longa se estudarem em escolas distantes de suas casas.
“De forma covarde, o secretário tenta “passar a boiada” quando as famílias estão ausentes, violando a gestão democrática.”, afirmou.