
A cadidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSTU, Vera Lúcia, pretende taxar as grandes fortunas na sua gestão municipal, caso seja eleita. As declarações foram feitas na manhã desta segunda-feira (5), durante a live com os elegíveis à capital paulista, realizada pelo Portal iG. A socialista chegou a falar sobre a criação de um auxílio emergencial para as faixas vulneráveis da sociedade a partir da fortuna extraída dos bilionários.
“De onde tirar não faltar, porque nós vivemos na maior cidade do país, a 17ª mais rica do mundo”, disse. A candidata explicou que a taxação de grandes fortunas bilionárias serão arrecadados mais de 200 bilhões.
“Se a gente cobrar as dívidas das grandes empresas que devem ao municípios de São Paulo que, pasmem, são bancos e planos de saúde, dá mais 100 bilhões de reais. Isso é mais do que suficiente para segurar tanto o auxílio emergencial”.
Vera Lúcia disse que o benefício teria um caráter temporário “porque as pessoas precisam mesmo é do trabalho”. Ao mesmo tempo em que as fortunas seriam taxadas, um plano de obras públicas para manter o emprego seria elaborado, segundo a elegível do PSTU.
Conselhos populares e Plano Diretor de São Paulo
Para que possa governar São Paulo, a candidata disse que pretende criar conselhos populares. “Esses conselhos vão decidir sobre os montantes dos recursos arrecadados pelo município e quais vão ser as prioridades”. A proposta dos conselhos se torna a alternativa importante diante das discussões sobre o Plano Diretor de São Paulo, previsto para entrar em pauta a partir de 2021.
Vera Lúcia diz que se for prefeita, terá como prioridade na discussão do Plano Diretor a garantia de um projeto voltado para as questões de moradia, saneamento, descentralização de renda e melhoria de fluxo dos transportes coletivos.
“[O Plano Diretor] deve compreender as necessidades reais da população. Até o momento, os setores da economia, principalmente o setor imobiliário, é que se beneficiam, porque vive da especulação disso. Nós queremos elaborar um plano e projeto de cidade que leve em consideração todos aqueles que morem na cidade”, comenta.
Enchentes
Na perspectiva da candidata do PSTU, o problema das enchentes em São Paulo mantém relação com a forma desequilibrada com a qual o capitalismo desenvolve sua forma de produção. Vera Lúcia diz que nada justifica as enchentes ainda acontecerem em São Paulo, porque “há dinheiro de sobra para resolver esse problema”.
Transporte
A estatização dos serviços de transporte está entre as pautas prioritárias de governo de Vera Lúcia para que haja o fim do que ela chama de “máfia do transporte” que faz a população “amargar com um transporte lotado e caro”.
“O nosso projeto é de estatização dos serviços de transporte e vai na mesma lógica [dos conselhos populares]. Esse transporte vai ser administrado por um conjunto dos trabalhadores do transporte, com mandato revogável a qualquer momento, com salário médio de um profissional qualificado do setor”, explica sobre como funcionaria o novo esquema de gestão.
Relação com o governo federal e estadual
A relação com o governo Bolsonaro e com a gestão do governador João Doria não será fácil. Ao menos é isso o que diz Vera Lúcia, porque as duas esferas “não governam para atender as demandas da população”.
Na entrevista ao vivo, Vera Lúcia também comentou sobre o aumento dos salários de servidores. Para ela, “trabalhador é trabalhador”, independente da função exercida, e tem as mesmas necessidades. Por esse motivo, ela vê como questionável a reforma dos servidores e diz que, se for eleita, vai revogar a medida.
Ela aponta que a cobrança de dívida de 10 bilionários que estão em São Paulo seriam capaz de pagar toda a dívida que justificou os cortes promovidos pela reforma dos servidores. Além disso, a candaidata também disse que é inadimissível que a Câmara de Vereadores tenha um planejamento superior a um bilião para 55 vereadores, enquanto para toda a infraestrutra do município tenha uma cifra inferior a um bilião.
“As prioridades na cidade estão invertidas”, assegura.
Minhocão e segurança pública
Sobre a manutenção ou derrubada do Elevado João Goulart, ou ” Minhocão “, localizado na zona oeste de São Paulo, Vera Lúcia diz que vai ser a opinião da população que vai decidir o que acontecerá, caso seja eleita. A socialista apontou como um avanço da atual gestão de Bruno Covas (PSDB) a consulta da população por meio de um plebiscito.
Sobre a Guarda Civil Municipal (GCM), Vera Lúcia propõe a instituição de conselhos de autodefesa nos bairros para que a guarda civil atue como uma subordinada. O foco da GCM seria garantir não só a segurança dos espaços públicos, mas também para ser parte de como pensar estrategicamente a segurança nas comunidades. A desmilitarização da polícia integra os projetos de gestão da candidata.