Um projeto com apoio financeiro da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), ganhou avanço significativo no combate de uma espécie invasora e destruidora da carnaúba nordestina. O trabalho visa identificar um fungo para agir no controle da praga, de origem madagascarense.
A “Unha do Diabo” ameaça o setor carnaubeiro e a sobrevivência da biodiversidade na Caatinga. A praga, que já tomou conta da paisagem de áreas no Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e parte de Pernambuco, cresce em volta do tronco da carnaúba, sufocando a planta e impedindo a absorção de luz solar, levando a palmeira à morte.
Com parcela significativa na economia cearense, a cera da carnaúba está no 8º lugar do ranking de exportações do Estado. O apoio ao projeto por parte da Adece aconteceu para atender uma demanda do setor por meio da Câmara Temática da Carnaúba. “A participação da Adece no projeto acontece desde 2018, tendo em vista a importância da espécie no agronegócio cearense, que geram um número expressivo de empregos. Com aporte de R$ 275 mil, firmamos um convênio com a Associação Caatinga para a concretização do trabalho. Para nós, é uma alegria colher os frutos dessas ações”, comenta o presidente da Agência, Eduardo Neves.
O fungo selecionado para combater a praga é chamado de Maravalia cryspostegiae, conhecido popularmente como ferrugem. A espécie também é nativa de Madagascar e é a principal inimiga natural da Unha do Diabo. A análise do fungo é liderada por pesquisadores do Centro de Agricultura e Biociência Internacional (CABI), uma organização da Inglaterra que atua em parceria com as instituições brasileiras.
Na última quinta-feira (03), estiveram presentes em um dos locais das pesquisas, em Caucaia, o diretor de Desenvolvimento Setorial e a Assessora Técnica da Adece, Ricardo Sales e a assessora técnica Ticiana Mesquita. Os representantes do Governo do Ceará foram acompanhados pelo pesquisador da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rafael Costa e pelo coordenador técnico de projetos da Associação Caatinga, Samuel Portela. Os experimentos acontecem também nos municípios de Granja e Jaguaruana.
Além do apoio financeiro da Adece, a pesquisa conta ainda com a participação da Associação Caatinga, Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual de Feira de Santana, Universidade Estadual do Ceará e com o patrocínio do Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Carnaúba no Estado do Ceará (Sindcarnaúba).