MARIANE MANSUIDO
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A Comissão de Finanças e Orçamento realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (3/9) para debater sobre os impactos e as contrapartidas relativas ao empreendimento imobiliário Reserva Raposo, localizado na Subprefeitura do Butantã, zona Oeste.
Com entrega prevista para 2026, o Reserva Raposo está em uma área de 450 mil metros quadrados, e terá capacidade para 60 mil moradores. O megaprojeto também prevê a entrega de diversos equipamentos públicos: seis creches, duas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), uma biblioteca, um terminal de ônibus, um Centro Dia para idosos, um posto da Polícia Militar, dois parques públicos, entre outros.
De acordo com Felipe Valentim, morador há mais de 20 anos da Cohab Raposo, falta mais diálogo da construtora com os moradores do entorno. “De que forma a população que está do lado de fora do empreendimento terá acesso aos espaços de convivência e espaços públicos que estão sendo projetados?”, questionou Valentim. “Está se constituindo um novo bairro, e precisamos garantir o acesso de todos”.
Felipe Valentim, que também é membro do Conselho Gestor do parque Juliana de Carvalho Torres, ao lado do empreendimento, pediu que a construtora também se responsabilize pela manutenção da fauna local, pois o ritmo das construções está afetando o equilíbrio da área verde que será mantida, sem contar o risco das áreas que já foram ocupadas de forma irregular.
Para Diva Nunes, também moradora da Cohab Raposo, o empreendimento deve divulgar as opções para moradia de interesse social. “A população ao redor quer estar incluída”, afirmou Diva. Ela também espera que a construção traga visibilidade para a região, com projetos de melhoria.
Presente à audiência, o representante da construtora Rezek, Márcio Aidar, disse que foi realizado o processo de EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) para viabilizar o projeto, mas que há situações que a empresa não consegue resolver sozinha. “Existem questões que fogem à capacidade. Muito lixo entrando e nas vezes que tentamos fazer a limpeza, não conseguimos por resistência dos moradores das ocupações”, relatou Aidar.
A vereadora Soninha Francine (CIDADANIA) pediu que a construtora facilite o acesso aos documentos do projeto, como o EIA/RIMA, para dar transparência ao licenciamento ambiental. Também de acordo com Soninha, é preciso pensar na ampliação dos serviços de assistência social na região.
“Vai aumentar muito a demanda socioassistencial para crianças e adolescentes. Me preocupa imaginar como famílias serão assistidas, já que o único equipamento previsto é para idosos”, argumentou a vereadora.
Para o presidente da Comissão, vereador Antonio Donato (PT), é preciso conter a ocupação irregular na área adjacente ao Parque Juliana de Carvalho Torres e ao empreendimento Reserva Raposo, mas também criar um esforço conjunto entre a empresa, moradores e Poder Público para integrar a população.
“Tem uma série de ajustes, diálogo, que pode permitir que integremos os bairros, que não sejam apartados, que os vizinhos tenham uma boa relação”, explicou Donato. De acordo com o presidente, o próximo passo será uma reunião com os moradores, a construtora, e representantes da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.
Também esteve presente a vereadora Adriana Ramalho (PSDB).