A primeira vacina desenvolvida pela Rússia contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) começou a ser enviada para os hospitais do país como parte da etapa final de testes para verificar a eficiência da imunização, informou o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, na noite desta quinta-feira (28).
Segundo entrevista à agência local de notícias Interfax, o estudo da Sputnik V será feito com “quase 40 mil pessoas”, entre equipes de saúde e voluntários.
“Hoje, uma arma digna de nota apareceu no nosso país. Essa vacina está começando a entrar em circulação. Também no site da prefeitura de Moscou é possível se registrar para participar dos estudos clínicos da fase 3″, afirmou Murashko.
A vacina russa vem gerando polêmica no mundo político e científico por diversos fatores, entre os principais, a falta de registro na Organização Mundial da Saúde ( OMS ) e a ausência da publicação de informações científicas sobre as fases iniciais da imunização.
Além disso, o governo da Rússia já autorizou a vacina mesmo sem ter a finalização dos exames clínicos, o que mostra muito mais uma postura política do que científica. No entanto, o presidente Vladimir Putin informou que a vacina é segura e que até mesmo uma das suas filhas é voluntária nos testes.
A Sputnik V é desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia com o apoio dos ministérios da Saúde e da Defesa. O governo russo espera que, a partir de outubro, já ocorra a vacinação em massa da população de maneira gratuita.
Nesta quinta-feira, horas antes da fala de Murashko, Putin comunicou que uma segunda vacina desenvolvida no país , dessa vez pelo Instituto Vektor de Novossibirsk, na Sibéria, deve entrar na fase de testes já em setembro.