Uma juíza de Curitiba alegou que um réu negro era “seguramente integrante de um grupo criminoso em razão da sua raça “. A declaração foi feita em uma sentença elaborada por Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba. A defesa do réu postou o trecho polêmico nas redes sociais e viralizou.
O réu primário Natan Vieira da Paz, de 42 anos, foi condenado a 14 anos e dois meses de prisão por organização criminosa e roubos no centro de Curitiba, no Paraná. A juíza afirmou que nada se sabe sobre a conduta social do acusado, mas justificou a pena com base na cor da pele do acusado.
“Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça , agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causando o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente”, diz a decisão.
A sentença é de junho de 2020, mas a advogada de defesa Thayse Pozzobon , foi notificada apenas nesta terça-feira (11). O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) informou que a Corregedoria instaurou um processo administrativo para apurar os fatos. A advogada do acusado também vai recorrer sobre a decisão.