O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello , se reuniu na última segunda-feira (3) com defensores da aplicação de ozônio no ânus como tratamento para a Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Nesta quarta, no entanto, a pasta desaconselhou a prática. O Ministério Público (MP) também se manifestou de forma de contrária .
O procedimento é muito utilizado na região Sul do Brasil e ganhou mais repercussão depois que o prefeito da cidade de Itajaí (SC), Volnei Morastoni, afirmou a técnica passaria a ser ofercecida à população pelo governo municipal.
Segundo o prefeito, que gravou um vídeo que viralizou nas redes sociais, esta é uma forma efetiva de se conter o avanço da Covid-19. Ele ainda afirmou que o procedimento é realizado em dez sessões que duram de dois a três minutos e é feito com um catéter que é inserido no ânus. A técnica, porém, não tem eficácia comprovada cientificamente.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) desaconselha o uso laboratorial da ozonioterapia. Especialistas alertam que a chamada ozonioterapia é uma prática experimental, permitida somente em estudos que sigam critérios definidos e acompanhem a evolução dos pacientes.
O encontro com o ministro Pazuello foi articulado pelo deputado Giovani Cherini (PL-RS) e o motivo era discutir as ações de saúde no Rio Grande do Sul e o tema fez parte da conversa. O grupo era liderado pela médica Maria Emília Gadelha Serra. Em fotos nas redes sociais, ela destacou o assunto tratado no encntro. “Ozonioterapia na Saúde!”, escreveu.
Participaram da reunião o assessor parlamentar da pasta, Gustavo Machado Pires, e o diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (Deges), Vinícius Nunes Azevedo. A conversa foi com a presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica, Emília Serra Gadelha.