Quando houver vacina contra Covid-19 disponível no Brasil , cerca de 100 milhões de pessoas não devem ter acesso ao imunizante em um primeiro momento, segundo Marcelo Daher, membro da comissão médica da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC).
De acordo com Daher, os cálculos levam em consideração o cenário atual da doença no Brasil, contando com o fato de que cerca de 25% da população já terá sido contaminada, entre os casos confirmados e previsões dos assintomáticos.
“Como estamos falando de uma pandemia, onde o mundo inteiro espera pela vacina, não existem condições de produzir, nesse primeiro momento, o volume equivalente à demanda”, afirma.
Segundo o médico, quando a vacina for liberada, a prioridade será do governo, que terá o dever de comprar duas doses para os grupos de risco , idosos acima de 60 anos e pacientes com comorbidades.
“Esse público gira em torno de 50 milhões. Tirando os 25% supostamente já imunizados porque tiveram a Covid, sobram cerca de 100 milhões de pessoas que deveriam ser cobertas pela rede privada. Mas não sabemos como será a distribuição”, continua.
“É importante frisar que, mesmo com a possiblidade da vacina , que abre a luz no fim do túnel, as pessoas não devem se descuidar. O que conhecemos até agora são as formas de prevenção. Então, devem continuar usando máscaras e mantendo o distanciamento social, para que, no ano que vem, possam aproveitar a vacina”, completa o médico.