O líder do povo indígena Rikbatska, Nelson Mutzie Rikbaktsa , de 46 anos, faleceu nesta quarta-feira vítima do novo coronavírus (Sars-Cov-2) . Não há informações se ele tinha algum problema de saúde anterior.
Nelsinho, como era conhecido, se preocupava com a preservação da memória dos povos indígenas e, durante a pandemia, se tornou defensor e incentivador dos protocolos de proteção como o uso de máscara e álcool gel, por parte das comunidades indígenas.
Nelson ajudou a construir todo o sistema de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), deu apoio aos povos indígenas de Rondônia e do Mato Grosso, sempre estava à frente das ações sociais e do combate à pandemia.
A comunidade Rikbaktsa está localizada às margens do rio Juruena, na divisa dos municípios de Brasnorte e Juína (735 quilômetros a Noroeste de Cuiabá).
Conhecidos como ‘Orelhas de Pau’ ou ‘Canoeiros’, o nome da etnia Rikbaktsa significa ‘os seres humanos’. Atualmente, os Rikbaktsa são bilíngües, tendo incorporado também o português. Atualmente, dividem-se em cerca de 30 aldeias dentro dos limites de suas fronteiras, como estratégia de vigilância e uso dos recursos naturais.
Nota de pesar
A Fundação Nacional do Índio (Funai) publicou hoje (23) uma nota de pesar em seu site oficial.
“A Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a público comunicar, com imenso pesar, que uma das principais lideranças indígenas do estado de Mato Grosso, Nelson Mutzie Rikbaktsa, veio a óbito na noite de quarta-feira (22), em Cuiabá, aos 48 anos.
Atual Assessor Indígena do Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI) de Vilhena, Nelson ajudou a construir o sistema de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) da região noroeste do estado. Atuou também no apoio aos povos de Rondônia e do Mato Grosso, inclusive na linha de frente das ações sociais e de combate à pandemia.
Além da relação com a saúde indígena, representando a comunidade mais de uma vez como Presidente do Conselho DSEI, o líder esteve na vanguarda de uma série de ações de promoção dos direitos indígenas, como a primeira biblioteca comunitária indígena de Juína.
A Funai lamenta profundamente a perda e se solidariza com os familiares e amigos da liderança. Nelson nos deixa um legado de luta e trabalho em benefício dos povos indígenas.”