A Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) está reforçando as ações de promoção e inclusão social como forma de gerar mais oportunidades e facilitar a inserção de migrantes no mercado de trabalho. Neste primeiro semestre, 840 estrangeiros foram atendidos pelo Programa Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
São venezuelanos, colombianos, cubanos, haitianos, cabo verdianos, guineenses e cidadãos de várias nacionalidades que migraram para o Ceará e agora buscam uma oportunidade de trabalho. “Precisamos olhar e tratar os migrantes e refugiados como trabalhadores economicamente ativos, produtivos e empreendedores”, defende a titular da SPS, Socorro França.
Recentemente, o programa passou a ser procurado por empresas locais para entender sobre as possibilidades de contratação dos migrantes. “Temos um trabalho de sensibilização permanente com relação à aceitação e ao acolhimento dos migrantes no Estado”, observa Lívia Xerez, destacando a parceria com o Sine/IDT. “Hoje estamos com 80 currículos de migrantes de vários países no Sine para encaminhamento às possíveis vagas”, enumera a supervisora do programa.
Ela observa que os migrantes seguem o mesmo protocolo de atendimento e de entrevistas e ressalta que muitos migrantes têm formação superior, alguns falam até cinco idiomas. “São pessoas bem preparadas que podem contribuir bastante com nossas empresas, públicas e privadas. Os setores do comércio e de serviços, notadamente do turismo podem aproveitar bem essa mão de obra disponível”, sugere.
Além do Sine/IDT, Lívia ressalta a parceria com a Pastoral dos Migrantes, da Arquidiocese de Fortaleza e o apoio da Associação de Estudantes de Guiné Bissau e do Comitê Estadual Interinstitucional de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Em virtude do distanciamento social, o atendimento aos migrantes permanece de forma remota, pelo telefone e WhatsApp (85) 98439-3462, e pelo e-mail: nept.sps@sps.ce.gov.br
Natural de Guiné Bissau, Luisa, 33 anos, é uma das migrantes que buscou apoio da SPS para regularização de documentos. O atendimento culminou em uma admissão. “Cheguei ao Ceará há dois anos. Agora, com ajuda do pessoal da Secretaria (SPS), estou realizando um treinamento em uma empresa. Estou confiante. Acho que vai dar certo”, comemora Luisa.
A guineense Matilde também experimenta vida nova, após seis anos residindo no Ceará. Ela está em treinamento em um multinacional de alimentos e produtos de higiene e limpeza no Ceará. “Iniciei o treinamento há uma semana. Está indo tudo bem. Estou gostando muito e bastante otimista em conquistar uma vaga. Será o meu primeiro emprego”, declara.
No primeiro semestre, a SPS atendeu 840 migrantes. As demandas são muitas e variadas, em função das dificuldades com a Língua Portuguesa e de engajamento social e até mesmo por preconceitos de raça, nacionalidade e gênero. Nesse sentido, a SPS auxilia na elaboração de currículos, nos registros e processos de imigração, trabalhistas e de cidadania, na capacitação profissional, na busca e encaminhamento a uma vaga de emprego e apoio ao empreendedorismo.