Nicacio foi um dos docentes que relatou a situação do extremo sul da capital em debate virtual promovido pelos parlamentares do PSOL, Carlos Giannazi e Celso Giannazi, em 7/7, horas depois do protesto realizado em frente à Câmara Municipal. “A volta às aulas é um genocídio”, afirmou o deputado.
Lecionando em uma escola de lata, no bairro de Vargem Grande, Nídia Queiroz afirmou que aquelas instalações impossibilitam o distanciamento de 1,5 metro entre os alunos, mesmo se as turmas de 40 alunos em média forem divididas em três grupos. Também nas contas de Juliana Mariano, que dá aula na Vila Marcelo, o protocolo sanitário não fecha com a realidade. “Só poderiam ser atendidos 6 alunos por vez.”
Assistente de direção da Emef João da Silva, no Grajaú, Marcelo Sena acaba de saber que receberá 280 cestas básicas, mas não sabe como distribuí-las entre 1.200 alunos carentes. Ele lamentou que os recursos da educação não se convertam, de fato, em funcionários e equipamentos. “Há verba suficiente para bancar internet e computador para todos os estudantes.”
Marcos Paulo e Luciana Rudi repudiaram a política negacionista iniciada por Bolsonaro e seguida agora por Doria e Covas. “Com as condições das escolas na periferia, a volta às aulas é uma sentença de morte”, resumiu a professora.