Goiás é um dos Estados brasileiros que está na vanguarda quando o assunto é levar ensino-aprendizagem de qualidade para os estudantes nos pontos mais longínquos das terras goianas. Denominado GoiásTec – Ensino Médio ao Alcance de Todos, o projeto que prevê o uso de tecnologias para garantir a Educação nos lugares mais remotos foi implantado ainda fevereiro último, por meio de decreto estadual, e agora virou lei, demonstrando a preocupação do governador Ronaldo Caiado com a universalização do ensino.
Sancionada pelo governador Ronaldo Caiado e publicada no Diário Oficial desta última quinta-feira, dia 09, a lei 20.802 é de iniciativa do Governo de Goiás. O programa visa, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), oferecer Ensino Médio em unidades escolares da zona rural, distritos e regiões de difícil acesso, ou com falta de professores de áreas específicas de conhecimento, por meio da transmissão ao vivo de aulas via satélite.
“Com o GoiásTec, podemos levar aprendizagem para todos os cantos do Estado, independente da quantidade de alunos que lá esteja, e garantimos professores especialistas para dar a melhor aula para os estudantes. É um projeto ousado e inovador que assegura a educação para todos”, pontua a secretária Gavioli.
Depois de aprovado pelo Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO), em agosto de 2019, o programa começou a ser implantado com base no decreto estadual nº 9.619. Atualmente, o programa está em curso em regiões de 65 municípios goianos, incluindo comunidades Calunga, com participação de 1.945 alunos. Agora que a lei foi sancionada, a estrutura do programa fica regulamentada e o GoiásTec pode ser instaurado em todo o Estado. Neste modelo, os estudantes continuam indo à escola, mas as salas de aula são interativas, equipadas para o acesso às aulas transmitidas via satélite.
Os alunos são acompanhados por um professor mediador, que tem o papel de auxiliar os educandos e garantir a comunicação deles, via chat, com o professor do estúdio de gravação. Em Cavalcante, na região Norte do Estado, por exemplo, o professor João Francisco Maia, da Escola Estadual Calunga I, extensão Joselina Francisco Maia, foi até a casa dos seus estudantes, no povoado Engenho II, para entregar atividades impressas. Além da entrega de materiais, o professor acompanha os alunos por WhatsApp, enviando vídeoaulas e sanando dúvidas.
Superintendente de Ensino Médio da Seduc, Osvany Gundim explica a diferença entre ensino a distância (EaD) e GoiásTec. “No EaD, o aluno estuda por plataforma, não tem contato direto com professor. Já no GoiásTec, ele cumpre a mesma carga horária e vai à escola normalmente, todos os dias. O estudante tem o professor mediador, em sala de aula, e o professor de estúdio, habilitado naquela área de conhecimento, com mestrado ou até doutorado”, ressaltou.
Regiões de difícil acesso
Como explica a superintendente, o programa vem para sanar o déficit de professores habilitados em diferentes áreas de conhecimento, nas regiões de difícil acesso do Estado. Por meio do uso de ferramentas tecnológicas, professores habilitados vão ensinar remotamente, enquanto os estudantes são monitorados por um professor mediador.
A superintendente esclarece que o Ensino Médio por Mediação Tecnológica não gera redução de professores no quadro de profissionais da Seduc, uma vez que tem o objetivo de resolver a falta de professores disponíveis nessas localidades.
Aulas não presenciais
Devido à suspensão das aulas presenciais em meados de março, por conta da pandemia do coronavírus, o GoiásTec teve de ser adaptado para o regime especial de aulas não presenciais. As equipes pedagógicas têm disponibilizado materiais impressos estruturados e realizado atendimento on-line para que os estudantes prossigam com a rotina de estudos em casa.