SES apresenta resultados de pesquisa inédita sobre vírus Oropouche e destaca avanços do Vacina Mais Paraíba no encerramento do Medtrop 2025

As ações realizadas pelas áreas técnicas da Gerência Executiva de Atenção à Saúde (Geas) e da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (Gevs) da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) tiveram destaque nas mesas redondas e painéis temáticos do último dia do 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop 2025), realizado no Centro de Convenções, em João Pessoa.

Entre os trabalhos apresentados, o estudo “Avaliação e seguimento de lactentes expostos ao vírus Oropouche no epicentro da doença no Estado da Paraíba: a coorte ORONEOPB”, conduzido pela gerente executiva de Atenção à Saúde, Izabel Sarmento, apresentou os primeiros resultados de uma pesquisa pioneira com o objetivo de descrever os casos iniciais da coorte ORONEOPB, que acompanha gestantes expostas ao vírus Oropouche e seus lactentes em região endêmica no estado. 

A febre do Oropouche é considerada uma doença tropical, causada por um arbovírus transmitido pelo mosquito popularmente conhecido como “maruim”, bastante comum em regiões tropicais e subtropicais. Os sintomas assemelham-se aos da dengue.

Segundo Izabel, o estudo surgiu a partir da concentração de casos na região do Brejo paraibano, fenômeno que despertou a atenção de pesquisadores e gestores de saúde para o risco de infecção congênita, semelhante ao observado na epidemia do Zika vírus, em 2015. A coorte ORONEOPB acompanha 15 gestantes com diagnóstico confirmado de Oropouche durante a gestação, buscando compreender possíveis impactos da infecção na formação e no desenvolvimento dos bebês.

“Até o momento, cinco lactentes foram avaliados com exames físicos, neurológicos e de imagem, além de testes laboratoriais específicos para arboviroses. Os resultados iniciais apontam que todos apresentaram desenvolvimento compatível com a idade, sem alterações estruturais, neurológicas ou sinais de infecção perinatal”, explicou Izabel Sarmento.

Ela ressaltou ainda que o acompanhamento dos bebês é realizado de forma presencial no ambulatório estadual da 2ª Região de Saúde, junto à Rede Cuidar Paraíba, que utiliza recursos de telemedicina no segmento de perinatologia no estado. Embora os achados iniciais sejam tranquilizadores, a Geas segue com o monitoramento contínuo para identificar possíveis manifestações tardias e compreender melhor o impacto da infecção congênita pelo vírus Oropouche.

No eixo “Cobertura vacinal e vigilância epidemiológica: desafios e estratégias para fortalecer a imunização e a saúde pública”, o destaque foi a palestra sobre o Programa Vacina Mais Paraíba, apresentada pela chefe do Núcleo Estadual de Imunizações da SES, Márcia Fernandes, que enfatizou a inovação e expansão das ações de imunização promovidas pelo programa. A iniciativa tem contribuído diretamente para o fortalecimento da vigilância epidemiológica, a melhoria das coberturas vacinais e o engajamento dos municípios em torno da prevenção de doenças imunopreveníveis.

“O Vacina Mais Paraíba se tornou uma referência em gestão e planejamento estratégico das ações de imunização, incorporando metodologias modernas, como o uso de ferramentas de análise de dados, a qualificação das equipes e o acompanhamento em tempo real dos indicadores. Esses avanços refletem o compromisso coletivo com a proteção da população paraibana”, destacou.

Durante os quatro dias do Medtrop 2025, a SES reafirmou o protagonismo do estado em diferentes áreas da saúde pública, consolidando o compromisso do Governo da Paraíba com a produção científica, a inovação em saúde e o fortalecimento das políticas do SUS em nível nacional. Além das apresentações das experiências exitosas, a instituição disponibilizou um estande com informações sobre programas, ações e estratégias em saúde, por meio de quiz e materiais informativos, e realizou a distribuição de brindes e comidas regionais para os visitantes, que puderam, na oportunidade, conhecer um pouco da cultura local.